Os motivos das expulsões dos policiais militares vão de desobediência a envolvimento em crimes graves como vendas de veículos do governo, homicídios e uso da instituição para obter vantagens
17 PMs foram expulsos em Mato Grosso somente neste ano de 2011
Dezessete policiais militares foram extintos da corporação somente neste ano. Em 14 exonerações, o comandante Geral da PM Osmar Lino Farias explicitou no Diário Oficial do Estado os motivos das expulsões que vão de desobediência a envolvimento em crimes graves como vendas de veículos do governo, homicídios e uso da instituição para ter vantagens. A expulsão do soldado Silvio Luiz Moreira da Silva foi anunciada depois dele ser condenado a 11 anos, 4 meses e 24 dias de prisão pela morte de Dhone Carneiro de Sousa, em agosto de 2007. A vítima havia consumido bebida alcóolica em um bar e foi preso por não pagar. Ao tentar fugir, ele foi torturado e morto.
As 2 últimas exonerações foram dos ex-soldados Maikon Gonçalo Taques e Auremar Roberto Alves. O primeiro é apontado como integrante de uma quadrilha que alimenta o tráfico de drogas no Estado fora do Brasil. Já Auremar coleciona condutas irregulares. Segundo a PM, em 2007, ele comprou uma motocicleta com cheque roubado e deu um cheque sem fundo. No ano seguinte, ele enganou moradores da zona rural, em Rosário Oeste, recebendo dinheiro para confeccionar Carteira Nacional de Habilitação, mas nunca entregou o documento. Ainda em 2008, Ademar foi a um comércio de materiais de construção fardado e utilizando o nome da instituição, efetuou compra com cheque "frio". Auremar já havia sido punido por comprar materiais para uso particular em nome do 7º Batalhão da PM; por exigir dinheiro em uma blitz e por receber R$ 60 para cancelar uma multa.
Assim como Auremar, o 3º sargento da PM Jean Carlos Ribeiro Barcelos Ferreira coleciona acusações. Em setembro de 2006, após terminar um relacionamento com uma aluna à Oficial PM, ele agrediu a mulher verbalmente. No mesmo ano, ele se apropriou de bombas de efeito da Polícia e não devolveu. No ano seguinte, o ex-sargento alugou um imóvel e não quitou as contas de energia elétrica e água. Jean ainda foi flagrado na casa de uma namorada, onde funcionava uma boca-de-fumo, mas foi absolvido. O soldado Alex Sander Fonseca Rodrigues também foi expulso por diversas irregularidades cometidas na PM.
Por tentar vender por R$ 7 mil o veículo VW/Gol Power 1.6, 2007/2008, de placas NJC 0730, alugado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o soldado da PM Reninho Ferreira da Costa foi detido em janeiro de 2010 e expulso esta semana da Polícia Militar. Após denúncia anônima, ele foi flagrado em frente a um mercado no bairro Paiaguás, onde confirmou aos policiais que vendia o veículo, que pertencia a Vanderley Carlos Duarte, que apontou Deikson Damião de Carvalho Jorge como o "dono" do Gol, afirmando não saber que o carro era alugado pela Sejusp. O acusado Deikson afirmou a Polícia que havia comprado o carro na "Pedra", mas terminou confessando o delito.
Em maio de 2009, o soldado Jeie Daque Braz de Moraes, ainda como aluno, ameaçou uma colega de farda dentro do quartel de formação. Ao tentar se reportar ao superior, o ex-soldado tentou impedir a mulher e desobedeceu ordem de um superior. Também por desobediência, o soldado Oziel Felipe de Oliveira foi exonerado.