Justiça bloqueia imóveis de luxo e terras em seis cidades na Operação Sepulcro Caiado
A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 21,7 milhões em bens dos investigados na Operação Sepulcro Caiado, deflagrada pela Polícia Civil para desarticular um esquema milionário de desvio de recursos da Conta Única do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A decisão, assinada pelo juiz Moacir Rogério Tortato, inclui o sequestro e a indisponibilidade de diversos imóveis de alto padrão registrados em nome dos envolvidos.
A medida atinge bens localizados principalmente em Cuiabá, mas também se estende a Várzea Grande (MT), Marília (SP), Acorizal (MT) e até uma fazenda em Rosário Oeste (MT). A ordem judicial também exige que os imóveis atualmente alugados tenham seus aluguéis depositados judicialmente em conta a ser informada, com intimação formal dos locatários.
A identificação dos imóveis foi feita com apoio da Central Nacional de Indisponibilidade de Bens (CNIB), que cruzou dados em registros públicos e cartórios para determinar a matrícula dos bens a serem bloqueados.
Confira a lista de bens sequestrados:
Mauro Ferreira Filho e Márcia Ferreira Costa (já falecida)
- Apartamento em São Paulo (SP)
- Terreno em pesqueiro em Acorizal (MT)
- Casa no Condomínio Florais dos Lagos, em Cuiabá
Regis Poderoso de Souza e Olga Satiko Poderoso de Souza
- Casa em condomínio residencial em Marília (SP)
- Dois lotes em Marília (SP)
- Sala comercial no bairro Jardim Cuiabá, em Cuiabá
Wagner Vasconcelos de Moraes e Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes
- Apartamento no Edifício Montreal, Cuiabá
- Sobrado no bairro Ribeirão do Lipa, Cuiabá
- Apartamento no Edifício Vitória Régia, bairro Coxipó, Cuiabá
- Apartamento no Edifício Uniko 87, bairro Jardim Petrópolis, Cuiabá
- Lotes nos bairros Jardim Itália e Jardim Primavera 1 (Cidade Alta), Cuiabá
Themis Lessa da Silva
- Lote no Condomínio Florais da Mata, em Várzea Grande
RV Empresa de Cobrança Ltda
- Estância Forquilha, com 21,67 hectares, localizada na zona rural
- Lote no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá
Luiz Volpato Neto (Espólio) e Luiza Rios Ricci Volpato
- Seis imóveis no bairro Vila Boa Esperança, Cuiabá
- Duas salas comerciais no Edifício Milão
- Terreno no bairro Popular
- Apartamento no Edifício Central Park
- Lote no Jardim Primavera, Cuiabá
- Área rural denominada “Fazendinha”, em Várzea Grande
- 200 hectares de terras em “Pica Pau I”, também em Várzea Grande
João Gustavo Ricci Volpato
- Imóveis nos edifícios: Maison Gabriel, Uniko 87, Residencial Altos do Coxipó, Alphaville 2, Garden 3 Américas, Vila Nova, Domus
- Apartamento no Brasil Beach
Augusto Frederico Ricci Volpato
- Fazenda Vale da Promissão, em Rosário Oeste
- Lote no bairro Vila Boa Esperança
- Apartamento no bairro Grande Terceiro, Cuiabá
Esquema fraudulento no Judiciário
A Operação Sepulcro Caiado, deflagrada na quarta-feira (30), investiga um sofisticado esquema de corrupção que teria envolvido advogados e servidores do TJMT em fraudes processuais, simulação de pagamentos judiciais e levantamento indevido de valores. O esquema se utilizava de ações de execução manipuladas e movimentações fictícias para desviar grandes quantias dos cofres do Poder Judiciário estadual.
Segundo a Polícia Civil, o grupo agia de maneira coordenada para criar processos falsos, forjar decisões judiciais e facilitar o saque de valores que não possuíam respaldo legal. Estima-se que o prejuízo aos cofres públicos supere os R$ 21 milhões.
A investigação segue em andamento e novas fases da operação não estão descartadas.