Hospital Metropolitano mantém taxa de infecção abaixo do aceitável pela OMS
O Hospital Metropolitano de Várzea Grande, que realiza cerca de 300 cirurgias por mês, vem registrando uma taxa de infecção abaixo do índice considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Nos últimos seis meses, a unidade, que é referência do Sistema Único de Saúde (SUS) em cirurgias de trauma e bariátricas para o estado de Mato Grosso, manteve uma taxa de infecção de 2%, enquanto a prevista pela OMS é de 5%.
Diretor técnico do Metropolitano, o intensivista Fábio Liberali Weissheimer, observa que este dado é resultado do comprometimento do Serviço e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH/CCIH) da unidade, criados desde a inauguração do hospital há seis anos. “De lá para cá, os resultados têm sido cada vez mais positivos”, relata o médico.
Fábio Liberali explica que a prevenção e controle da infecção hospitalar é baseada em boas práticas de promoção e prevenção desenvolvidas pelos profissionais de saúde e demais trabalhadores do hospital associadas à utilização de equipamentos, produtos e insumos hospitalares devidamente autorizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), como a utilização de clorexidina para a assepsia e a lavagem constante das mãos nos setores críticos. “Lavar as mãos é um ato extremamente simples e muito importante no ambiente hospitalar e no nosso dia a dia”.
Outro fator considerado de importância para a prevenção e controle da infecção é a educação permanente dos profissionais e demais trabalhadores da unidade. “Devemos trabalhar rotineiramente a sensibilização de todos na promoção da saúde no ambiente hospitalar", pontua Fábio Liberali.
Serviço e comissão, de acordo com o diretor, trabalham o monitoramento dos pacientes de maneira que seja possível mitigar o problema das infecções hospitalares, caso ocorram, precocemente. “Temos um serviço altamente competente, e que tem à frente o infectologista Luciano Correa Ribeiro e a enfermeira Keila Figueiredo. Sentimos bastante orgulho de ter à disposição um serviço altamente envolvido em minimizar as infecções no hospital”, declara.
A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) é formada por profissionais de enfermagem, infectologia, biomedicina, farmácia e pelos diretores técnico e administrativo do hospital. Desses, há os membros que fazem parte da execução do Serviço (SCIH), que são o médico infectologista e a enfermeira.
Keila Vanessa Figueiredo, enfermeira responsável pelo SCIH do Hospital Metropolitano, explica que o objetivo da Comissão é realizar a prevenção e o controle das infecções hospitalares mediante a aplicação das boas práticas em serviços de saúde.
“Realizamos o controle diário na UTI e demais setores do hospital, como pronto atendimento, endoscopia visando monitorar os processos e procedimentos, minimizando assim os riscos relacionados. Fazemos auditorias diárias por protocolos, procurando saber se há novos pacientes com infecção, se o caso aflorou aqui ou se veio de fora e adotamos barreiras para evitar novos e eventuais surtos”.
Outras medidas adotadas para manter níveis baixos de infecção hospitalar no Hospital Metropolitano são controle dos materiais e insumos, acompanhando se estão de acordo com as normas, dentro do prazo de validade, e também com todo o processo de controle de pragas e vetores do hospital.
“Temos um monitoramento permanente da água, do serviço de lavanderia, das condições do serviço de nutrição e dietética, controle de almoxarifado, farmácia e setor de manutenção”, finaliza Keila Figueiredo.
Notificações
Noventa e seis por cento dos hospitais de Mato Grosso que possuem leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) já estão notificando regularmente os casos de infecções hospitalares à Vigilância Sanitária Estadual, sendo que em Cuiabá já há 100% de adesão.
Em busca de chegar aos 100%, a Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio do Serviço Estadual de Controle de Infecção (SECIH), reuniu profissionais de hospitais com leitos de UTI na semana passada em Cuiabá para discutir a prevenção e o controle de infecção, especificamente nos casos de pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV), infecção do trato urinário (ITU) e infecção da corrente sanguínea (IPCS). Ao final, a SES/MT entregou certificado aos hospitais que mantém a notificação em dia juntoà Vigilância Sanitária Estadual.
Perto de atingir a meta em relação aos hospitais com leitos de UTI, a Vigilância Sanitária da SES/MT implementará ações ao longo de 2018 junto aos Escritórios Regionais de Saúde (ERS) a fim de aumentar a adesão dos hospitais de pequeno porte de Mato Grosso às notificações de ocorrências de infecções hospitalares. Na última segunda-feira (16), a SES/MT reuniu representantes dos hospitais de Mato Grosso que não possuem UTI já dando a largada para essa implementação.