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CULTURA
Quarta - 17 de Maio de 2017 às 18:56
Por: Redação TA c/ Gcom-MT

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Foto : Mayke Toscano/GCom-MT
As telas foram produzidas a partir de registros feitos pelo fotógrafo oficial desta ousada obra de engenharia no Norte do país
As telas foram produzidas a partir de registros feitos pelo fotógrafo oficial desta ousada obra de engenharia no Norte do país

Uma homenagem aos 105 anos da lendária ferrovia Madeira Mamoré é o tema da exposição Trilhos do Tempo, do artista plástico Amaury Dantas, em cartaz na Galeria Lava Pés, na Secretaria de Estado de Cultura (SEC-MT), em Cuiabá. A mostra tem temporada curta, até o dia 26 de maio, e a entrada é gratuita. O horário de visitação é de segunda a sexta-feira, das 13h às 19h. Uma novidade é que a galeria estará aberta também no sábado, das 10h às 18h.

Amaury Dantas se baseou nos registros de Dana Merrill, fotógrafo oficial que registrou todo o processo de construção da ferrovia, para pintar as 15 obras que compõem a exposição. Depois de Cuiabá ela segue para Porto Velho. “As telas são um registro iconográfico de uma obra de proporções gigantescas que deixou marcas na história do país. Na época Mato Grosso não era um estado dividido como hoje, mas uma província única que englobava também o estado de Rondônia. Por isso achei importante mostrar este trabalho em Cuiabá”, explicou.

As telas trazem momentos importantes de uma obra edificada no início do século XX, entre os anos de 1907 e 1912 como uma visão panorâmica do início as obras e o surgimento da cidade de Porto Velho, retrato dos acampamentos móveis montados junto aos trilhos e homenagens a quem vivenciou esse fato histórico como os trabalhadores de mais de 50 nacionalidades e o idealizador da obra, o empresário Percival Farquhar.

“O artista retratou um capítulo muito importante da história do Brasil e de Mato Grosso. Além disso, ele reside no interior e está tendo a oportunidade de expor na Capital, mostrando seu trabalho antes que siga para Porto Velho”, observou o secretário de Estado de Cultura, Leandro Carvalho. “É um privilégio poder apresentar um pouco do trabalho de talentos e pessoas que produzem obras importantes que falam também de fatos históricos do país”.

História

A ferrovia Madeira-Mamoré surgiu da necessidade de interligar o oeste brasileiro ao corredor de exportação que liga o rio Amazonas ao Oceano Atlântico e assim beneficiar o escoamento da produção agrícola da região já que, naquela época, os soldados da borracha, homens que extraiam o látex das seringueiras na Amazônia, tinham invadido parte do território boliviano.

O atual estado brasileiro do Acre era, no inicio do século XX, uma região pertencente à Bolívia, que vinha sendo ocupada por seringueiros brasileiros em plena época de expansão da economia de extração da borracha. Para resolver a tensão que se agravava, o Barão do Rio Branco dirigiu negociações que resultaram no Tratado de Petrópolis, firmado em 17 de novembro de 1903, na cidade de Petrópolis (RJ), que formalizou a incorporação do Acre ao território brasileiro.

Com esse acordo, o Brasil pagou para a Bolívia a quantia de 2 milhões de libras esterlinas e indenizou o Bolivian Syndicate em 110 mil libras esterlinas pela rescisão do contrato de arrendamento, firmado em 1901 com o governo boliviano. Em contrapartida, cedia algumas terras no Amazonas e comprometia-se a construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para escoar a produção boliviana pelo rio Amazonas.

A Madeira – Mamoré foi a 15ª ferrovia construída no país e estende-se por 366 quilômetros, ligando Porto Velho a Guajará-Mirim.

Serviço – A exposição Trilhos do Tempo fica em cartaz até o dia 26 de maio na Galeria Lava Pés que fica na avenida José Monteiro de Figueiredo, 510, bairro Duque de Caxias. Informações pelo telefone 3613-0232.





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