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Sábado - 26 de Fevereiro de 2011 às 08:52
Por: Neusa Baptista

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Foto: Arquivo
O presidente da Agência de Execução dos Projetos da Copa (Agecopa), Yênes Magalhães, se reunirá na próxima segunda-feira (28) com o gerente geral do órgão, Enymar Timponi, para avaliar a situação dos funcionários do consórcio Santa Bárbara-Mendes Júnior, responsável pela construção do novo estádio do Verdão.

Magalhães vai analisar as propostas de melhoria salarial e de garantia de direitos trabalhistas apresentada na sexta-feira (25) pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM) e pela Federação dos Trabalhadores na Indústria de Mato Grosso (FETIEMT).

Segundo as duas entidades, a empresa se limita a remunerar pedreiros e serventes com o piso salarial da categoria sem adicional por produtividade, resultando num valor muito abaixo do praticado no mercado, o que já provocou a demissão de metade dos cerca de 70 trabalhadores da obra.

A negociação com o consórcio começou há cerca de um mês, quando trabalhadores revoltados com os baixos salários acionaram o SINTRAICCCM. Nesta data, foi dado um prazo de 30 dias para que o consórcio apresentasse uma contraproposta, o que foi feito há alguns dias. Porém, a contraproposta foi rejeitada pelos trabalhadores, que apresentaram sua própria proposta de melhorias nas condições de trabalho. Este documento está sendo analisado pela diretoria do consórcio, que solicitou prazo até segunda-feira para se pronunciar. Os sindicalistas garantem que há risco de greve, caso não se chegue a um acordo.

A FETIEMT  e o SINTRAICCCM pedem mais participação nas reuniões da Agecopa, a fim de subsidiá-la quanto aos direitos trabalhistas e também a revisão dos contratos da agência com as construtoras e outras empresas envolvidas nas obras, garantindo que cumpram a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. Outro tema preocupante é a saúde e a segurança no trabalho. “Este é um momento importante de valorizar o trabalhador, melhorando sua remuneração. Também queremos uma fatia deste bolo”, explicou Ronei de Lima, presidente da FETIEMT.

Na reunião, Magalhães admitiu que pagar baixos salários tende a não atrair trabalhadores para os postos de trabalho, pois a demanda por este tipo de mão-de-obra é crescente. “Caso a empresa não acompanhe o valor pago pelo mercado, a tendência é ficar sem mão-de-obra”, comentou.

Joaquim Santana, presidente do SINTRAICCCM, ressaltou a importância de garantir as boas condições de trabalho nas obras da Copa, evitando desdobramentos negativo. “Já pensou se uma obra destas pára? Terá repercussão nacional e até internacional. Não podemos deixar que as obras sejam tocadas sobre a miséria de trabalhadores”.






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