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POLÍTICA
Segunda - 17 de Abril de 2017 às 16:23
Por: Redação TA c/ O ESTADÃO

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Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo
Garotinho deixa o Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio, para Bangu
Garotinho deixa o Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio, para Bangu

O ex-governador do Rio Anthony Garotinho recebeu R$ 12 milhões em caixa dois em seu escritório pessoal, sede da produtora ‘Palavra de Paz’, destinados ao financiamento das campanhas eleitorais dele e da mulher Rosinha, entre 2008 e 2012, segundo relataram dois executivos da Odebrecht. De acordo com os depoimentos, os repasses foram acertados e os valores entregues, em espécie, às secretárias de Anthony Garotinho, em imóvel no centro do Rio. Os delatores entregaram trocas de e-mails sobre os encontros e planilhas do ‘departamento de propinas’ da construtora que acusam os pagamentos.

Leandro Azevedo, um dos 77 delatores da Odebecht, diz ter sido chamado, em 2008 – quando era diretor de contratos da empreiteira no interior do Rio – ao escritório de Benedicto Júnior, o ‘BJ’, então superintendente responsável pela região Sudeste, onde alega ter sido informado de que havia um acerto com Garotinho ‘para que a companhia apoiasse a campanha de Rosinha Garotinho para a prefeitura de Campos de Goytacazes naquele ano’. Operacionalizar os pagamentos ficaria a cargo de Leandro Azevedo.

Segundo o delator, no dia 25 de maio de 2008, ele, ‘BJ’ e Garotinho se reuniram no escritório do ex-governador na Rua Conde de Lages, no centro do Rio. Leandro Azevedo, da Odebrecht, entregou, como prova do encontro, uma troca de e-mails dos dias anteriores entre ele e Benedicto Junior, cujo assunto era ‘Ligar Garotinho Marcar’.

O executivo da Odebrecht Benedicto Junior relatou ter instruído Leandro Azevedo a operacionalizar os pagamentos a Garotinho, que, à época, estava à frente da arrecadação da campanha da esposa, Rosinha. “O Leandro combinou com alguém dele para que o setor de operações estruturadas fizesse um planejamento e um pagamento via doleiros no Rio de Janeiro”.

Na semana seguinte ao acordo, mais uma vez, o então diretor da Odebrecht diz ter comparecido ao escritório pessoal de Garotinho para entregar um ‘planejamento’ de como seriam operacionalizados os repasses.

‘Nessa reunião, além de combinar com Anthony Garotinho a forma de pagamento já negociado por Benedicto Junior, este me passou informações a respeito do local para efetuar os pagamentos’, relata o delator.

Ficou acertado, dentro da empreiteira, que a secretária do departamento de propinas da Odebrecht, Maria Lúcia Tavares ‘encaminhava um e-mail solicitando endereço para entrega e informando data e horário’. O delator ainda detalha: “As entregas eram feitas nas terças, quartas e quintas-feiras e o codinome para identifica-los era ‘bolinha’”. Em 2008, Rosinha Garotinho (PR-RJ) foi eleita à Prefeitura de Campos de Goytacazes. De acordo com planilhas entregues pelos colaboradores, a empreiteira pagou R$ 1 milhão em caixa dois.

REPASSES

Além do repasse de R$ 1 milhão para a campanha de Rosinha em Campos de Goytacazes, outros pagamentos, de R$ 1,2 milhão, foram feitos em 2010, para o próprio Garotinho, quando foi eleito ao cargo de deputado federal. O valor de R$ 2,3 milhões foi solicitado novamente para a campanha de Rosinha Garotinho à reeleição em Goytacazes, em 2012. O último repasse, por meio de caixa dois, foi feito pela empreiteira em 2014: R$ 7,5 milhões para a campanha de Garotinho ao cargo de governador.

COM A PALAVRA, ANTHONY GAROTINHO

A defesa de Anthony Garotinho foi contatada, mas não retornou aos questionamentos da reportagem. O espaço está aberto para manifestação.





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