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POLÍTICA
Segunda - 27 de Junho de 2022 às 19:44
Por: Marisa Batalha/ O Bom da Notícia

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(Foto: Ilustração)
(Foto: Ilustração)

"Me sinto envergonhado e peço desculpas a todos. Estou chateado de ver meu nome envolvido neste projeto [Casa Digital MT], porque é como diz aquele velho ditado, comprei gato por lebre. Nunca soube que seria um reality, um confinamento. Para mim, confinamento é de boi. Não sabia que teria desvio de função, de propósito". Confidenciou nesta segunda-feira(27), o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho(UB) em entrevista à Rádio Conti, em Cuiabá e em conversa com jornalistas.

A declaração do deputado se refere ao evento - Casa digital MT -, que foi apresentado no dia 20 de junho e seguiu até este último final de semana, realizado em uma chácara, em Várzea Grande, no bairro Bomsucesso. Ao todo 10 influencer estiveram reunidos recebendo, em tese, instruções para a melhoria e melhor desempenho nas redes sociais para potencializarem a economia criativa, o turismo e a gastronomia do Estado. A ação foi transmitida pelo You Tube.

Sem esconder sua irritação, o parlamentar ainda frisou que condena veementemente este tipo de projeto e que jamais repassaria um emenda de R$ 450 mil para uma proposta de confinamento.

Ao ainda lembrar que ele, juntamente, com a deputada Janaina Riva(MDB) apresentaram um projeto que está tramitando na Assembleia Legislativa - projeto de lei 1.186/2021 -, que estabelece a obrigatoriedade de contratação de cantores, instrumentistas, bandas ou conjuntos musicais locais para a realização de shows, eventos culturais e apresentações musicais de qualquer gênero, financiados por recursos públicos. A proposta recebeu parecer favorável da Comissão de Trabalho e Administração Pública e foi aprovado em primeira votação. Agora está sob análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). Ao buscar dar mais certificação ao que acredita ser bom para a área cultural.

Assim, conforme Botelho - que foi, claro, o convidado de honra da festa -, ele teria ficado constrangido ao saber que a proposta seria uma espécie de reality, com confinamento de influencers. Então buscou o Ministério Público estadual por possível uso irregular dos R$ 450 mil em emenda parlamentar que destinou ao projeto. Sob o argumento que, ao contrário, da proposta de reunir e treinar influenciadores digitais, de olho na divulgação das belezas de Mato Grosso, ele viu que o reality não passaria de um encontro, em um lugar luxuoso e longe da proposta inicial de ser uma megaprodução de conteúdos para divulgar as potencialidades econômicas, gastronômicas e turísticas do Estado.

"Quando me apresentaram o projeto, aparentemente, ele era muito bom. Criar uma casa para instruir influencers sobre as nossas riquezas turísticas. Seriam mais de mil influenciadores que passariam por instrução, um treinamento sobre gastronomia, sobre a cultura mato-grossense, sobre o turismo. Depois de instruídos eles passariam a distribuir, a replicar esta aprendizagem em todo estado. Como acho muito gasto patrocinar um show de uma hora, pensei que uma casa onde mil influenciadores aprenderiam sobre a cultura mato-grossense, achei, em princípio, algo grandioso. Mas aí eles desvirtuaram".

Ao ainda explicar o trâmite destas emendas, apontando que depois de destinar o recurso, o projeto vai para a Secretaria de Estado de Cultura para ser avaliado, analisado por uma comissão, para ver se atingirá ou não o objetivo, além de sua legalidade. No projeto estava previsto uma premiação de R$ 25 mil aos influenciadores que se saíssem melhor nas provas escritas e que gerassem mais engajamentos nas redes neste período.

Contudo, com a repercussão negativa do evento, Botelho, na última sexta-feira(24), buscou o MP por suposto desvio de finalidade, e teria solicitado ao procurador-Geral de Justiça, José Antônio Borges, uma rigorosa investigação sobre o reality. "Solicitei via Ofício Número 141/2022, protocolado na Procurador-Geral de Justiça, nesta sexta-feira, 24 de junho, às 17h53 e no Ministério Público de Mato Grosso, para investigar o possível desvio de finalidade da emenda 168, conforme as disposições legais. Repudio com veemência esse fato. Assim, solicitei ao procurador-Geral de Justiça, José Antônio Borges, uma investigação conforme as disposições legais", afirmou Botelho.

E que, igualmente, teria protocolado, na Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, um ofício sobre possíveis indícios do mau uso do recurso da emenda parlamentar. Ao assegurar que o programa estaria longe do propósito que lhe fora apresentado. "Assim sendo, caso os recursos não sejam utilizados para a finalidade destinada, requeiro que seja avaliada a possibilidade cancelamento e o retorno do recurso em questão aos cofres públicos do Estado de Mato Grosso", ainda diz.

O reality teve início no dia 20 de junho, com transmissão ao vivo no canal no Youtube da Rede TV On e foi até este último domingo(26). Em tese, a Casa Digital MT, abriria um importante espaço para que seus participantes estudassem de forma mais ampliada sobre a economia criativa, planejamento de marketing e gestão de carreira. Com a responsabilidade de construir conteúdos - por meio de postagens nas redes sociais -, sobre as paradisíacas paisagens de Mato Grosso e sua rica gastronomia.

O vencedor do evento nesté último dia 25 de junho, foi o influencer Leo Macedo, que possui ao entorno de 30 mil seguidores. Após oito dias 'confinados' os participantes encerraram o projeto que ainda tem gerado bastante polêmico nas redes, em matérias que têm sido veiculadas em sites, impressos e nas tevês e virou assunto cotidiano de vários grupos de Whastsapp.

Apresentador do programa

Diante de tanta pollêmica o apresentador do projeto, Jajah Neves, igualmente, um dos organizadores do evento, rebateu as críticas por meio de um vídeo, de 11 minutos, classificando como fake news a ideia de que teria ocorrido um BBB, por conta do confinamento dos seus participantes.

Ao agradecer o apoio de Botelho, ele reiterou por diversas vezes que a aplicação dos R$ 450 mil da emenda parlamentar teria sido muitíssimo bem utilizada e que o evento seria um divisor de águas no setor. "Os participantes receberam oito horas de carga horária de pessoas capacitadas de todas as áreas, desde o direito digital [...] Mas as pessoas gostam de apredejar aquilo que nem sabem do que se trata. Pois em Mato Grosso está acontecendo um divisor de águas, o programa está capacitandp influenciadores e vendendo a capacidade turística de Mato Grosso".





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