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Terça - 28 de Junho de 2011 às 15:28
Por: Neusa Baptista

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Edson Rodrigues/Agecopa
Canteiro de obras da Arena Pantanal, em Cuiabá
Canteiro de obras da Arena Pantanal, em Cuiabá
As ações realizadas em Cuiabá em prol da “Campanha pelo Trabalho Decente na Copa do Mundo 2014” serão apresentadas na quinta (30), na cidade de Salvador (BA), onde representantes de sindicatos das 12 cidades-sede da Copa do Mundo se reunirão.

Com o tema “Trabalho Decente antes de 2014 e além”, o encontro pretende mobilizar os trabalhadores da construção civil da Bahia, discutindo a inspeção nas obras do Estádio Fonte Nova, assim como apresentar um balanço e planejar os próximos passos da campanha.

O evento está sendo realizado em todas as cidades-sede pela Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), uma federação sindical global que reúne 328 sindicatos de 130 países, representando cerca de 12 milhões de trabalhadores. No evento, estarão presentes o representante regional da ICM, Nilton Freitas, o vice-presidente para a América Latina e Caribe, Edison Bernardes e o presidente do SINTEPAV-BA, sindicato que representa a categoria no Estado da Bahia, Adalberto Galvão.  A avaliação da campanha será feita pelo coordenador de projetos da ICM, Maurício Rombaldi. Haverá ainda a apresentação das agendas do Trabalho Decente no País, que será feita pelo coordenador de Empregos Verdes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Paulo Sérgio Mucoucah. O evento contará ainda com a presença do coordenador de relações sindicais do Dieese, Ney Campello e de representantes da SECOPA, órgão que coordena as obras na Bahia.

A ICM está visitando todas as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Há cerca de um mês, a entidade esteve em Cuiabá, onde apresentou a campanha na Câmara Municipal, divulgou-a a sindicatos do setor da construção civil de vários municípios de Mato Grosso, visitou as obras da Arena Pantanal e se reuniu com a diretoria da Agecopa, cobrando o fortalecimento dos canais de diálogo entre este órgão e os sindicatos.

“A meta é garantir maior presença do movimento sindical nas instâncias decisórias sobre as obras, no acompanhamento das condições de trabalho oferecidas aos operários, lutando por investimento em itens como qualificação profissional, ampliação das vagas para mulheres e jovens, combate à informalidade e salários dignos”, explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM), Joaquim Santana. Segundo ele, o sindicato e a Federação dos Trabalhadores na Indústria de Mato Grosso (FETIEMT) estão estabelecendo contato com o gabinete do senador Blairo Maggi, presidente da Subcomissão de Acompanhamento da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, para agendar audiência sobre o a campanha.

Em Salvador, Santana participará do painel “Análise sindical: obras no setor da construção, Copa do Mundo e sua inspeção nas regiões”, onde apresentará um balanço das ações em Cuiabá.

O SINTRAICCCM e a FETIEMT coordenam a campanha em Mato Grosso. A FETIEMT integra o Conselho de Acompanhamento da Copa.  Além do acompanhamento das obras, a entidade realiza também outras ações de sensibilização, tendo angariado o apoio dos atletas maratonistas Paulo Alves dos Santos (SP) e Lindomar Modesto (MG) à causa. Participantes de várias provas em todo o País, os atletas têm levado a bandeira do trabalho decente por onde passam, buscando conscientizar também o público amante de esportes sobre a importância de garantir boas condições de trabalho ao “time” de operários cujas mãos serão responsáveis pelas grandes obras preparatórias para a Copa do Mundo.

A campanha

O conceito de “Trabalho Decente” foi introduzido pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) , em 1999, e visa a traduzir o objetivo de garantia a todas as pessoas de oportunidades de emprego produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade.

A primeira experiência da campanha aconteceu na África do Sul entre 2007 e 2010. Lá, a mobilização levou a 26 greves, graças às quais os trabalhadores conquistaram melhorias como transporte para o local de trabalho e incrementos salariais. A greve geral em julho de 2009 levou a 12% de reajuste sobre o salário.

Outra conquista do movimento foi equiparar as condições de trabalho dos funcionários de empresas subcontratadas aos das empresas contratantes e aumento de 39% nas filiações de trabalhadores aos sindicatos. Um acordo com a FIFA garantiu também a liberação de 40 mil ingressos para que os trabalhadores pudessem assistir aos jogos.





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