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Domingo - 23 de Outubro de 2016 às 21:52

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta

A disputa do segundo turno segue como reprise do primeiro. Nada há de novo. Até os ataques são antigos. Ainda que de nova roupagem. Disfarçados, eles vem tanto do peemedebista quanto do tucano. Nenhum deles é inocente nesta história, muito menos santo, nem mesmo ‘o do pau-oco‘. Ainda que se valham da lengalenga de ‘campanha propositiva‘. Suas palavras revelam bem outra coisa. Revelam a falta de proposta, de ideia e de planos. E, desse modo, ocorre igualmente nos debates. Aliás, outro dia, ocorreu o primeiro entre eles. Desta feita pelas ondas da CBN/Cuiabá. Debate bastante esperado. Mas a expectativa que se tinha dele era bem maior que o dito encontro pode produzir.

Debate que não foi debate. Apesar da competência da mediadora, e das participações de jornalistas convidados. Estes os obrigaram a responder questões de cunho jurídico. Respostas, porém, bem abaixo do esperado. Nem, sequer, a discordância entre eles sobre o conceito do ser ou não ficha suja provocou o debate propriamente dito. O Emanuel Pinheiro, visivelmente nervoso, fugiu do confronto, recusando-se inclusive a usar a replica como recurso; enquanto o Wilson Santos se colocou para o combate, sendo bem mais claro e mais objetivo em suas falas. Ainda que preso a chavões que ele próprio criara ao longo desta campanha, tal como o de considerar a si mesmo mais experiente e mais preparado, a ponto de procurar fazer-se de gestor de cidade.

Por outro lado, o peemedebista, a exemplo do que vem fazendo nos programas do horário político-eleitoral de rádio e TV, procurou se auto-afirmar como sendo a própria esperança e moderno, no instante em que classifica o seu adversário de antigo, preso ao passado.

Bastante estranho tudo isso. Bem mais quando se percebe o desconhecimento deles a respeito do que sejam moderno e antiquado. Desconhecimento revelado por suas palavras. Ainda que pronunciadas em meio ao malabarismo e ao trapézio.

Apesar disso, eles disseram alguma coisa. O Wilson Santos falou do seu bom relacionamento com o governador Pedro Taques, e que isto, segundo ele, pode ser benéfico para Cuiabá. O Emanuel Pinheiro afirmou ter maior trânsito no âmbito federal, pois pertence ao mesmo partido do presidente da República, e que, dessa forma, em sendo eleito, pode ampliar sua base na Câmara cuiabana. Tais trânsitos são indiferentes, ou seja, o segundo não depende necessariamente do primeiro.

O peemedebista, de uma maneira geral, mostrou-se bastante desconfortável quando o tema de discussão gira em torno do que é técnico - próprio da gestão de prefeito. Pois ficou completamente perdido diante de simples questões elaboradas pelo tucano: quais as medidas a serem tomadas com o fim de atingir as metas do IDEB? Quais as medidas que devem ser adotadas para que os alunos possam avançar no aprendizado da matemática e da língua portuguesa? Diante disso, e sem saída, ele se agarrou a história de ‘prefeito na rua‘.

Isto rendeu pontos preciosos ao tucano. Tornando-o vitorioso no debate. Ainda que o peemedebista tentasse uma reação. Mas o fizera de maneira totalmente errada, ao tentar trazer para a discussão o governo Pedro Taques, o RGA do funcionalismo estadual. Assim, o tucano pode ter conquistado votos de alguns indecisos. É isto.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: lou.alves@uol.com.br.



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